(Redirecionado de Engenharia de Alimentos)
Engenharia de alimentos ou engenharia alimentar é o ramo da engenharia química que trata da industrialização dos alimentos, seja no desenvolvimento, fabricação, conservação, armazenamento, transporte e comercialização.[1][2] A engenharia de alimentos inclui, mas não se limita, a aplicação de conceitos e métodos da engenharia química e engenharia agrícola.[3][2]
Este ramo da engenharia está baseado nas aplicações de recursos tecnológicos na formação de profissionais que atuam nas principais etapas da cadeia de produção dos alimentos industrializados, assim trabalham desde a chegada das matéria-primas até um produto final embalado e rotulado.[1][3] Para que todo esse processo ocorra, é necessário uma vasta gama de conhecimentos em física, química, matemática e biologia[4], além de conceitos de economia e administração. Esse enfoque no processo produtivo em si diferencia esta área do conhecimento da nutrição, com o qual pode ser por vezes confundido. Não obstante, o engenheiro dos alimentos deve obrigatoriamente ter sólidos conceitos de nutrição, pois, de modo contrário, não seria possível a produção de alimentos com características nutricionais desejadas.
Índice[esconder] |
[editar]Formação Acadêmica
A engenharia de alimentos é uma profissão de caráter multidisciplinar, pois abrange uma grande quantidade de diferentes campos de conhecimento, especialmente na área de ciências básicas e tecnológicas, além de alguns conhecimentos da área de saúde e humanas. Esse caráter multidisciplinar é conseqüência do tipo de informações necessárias para o domínio da industrialização, conservação e comercialização de alimentos.[5][6][7]
Em geral, os dois primeiros anos são de formação básica com aulas de matemática, química, bioquímica, físico-química e termodinâmica. Depois, o currículo enfatiza as disciplinas mais técnicas ligadas à produção e à conservação dos vários tipos de alimento. Os conteúdos das áreas de economia e administração dão fundamento para o futuro profissional atuar em gerenciamento industrial. O estágio é obrigatório no último ano.[1][6]
Ciências Básicas | Tecnológicas | Saúde | Humanas | Disciplinas específicas |
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O conhecimento das interações entre processo e alimento visam o controle das condições que proporcionam os padrões de qualidade desejados, a evolução de técnicas tradicionais e a viabilização de produtos inéditos no mercado. Além disso, o engenheiro de alimentos pode fazer os cálculos dos processos industriais, por exemplo, a aceleração de uma esteira para o preenchimento de garrafas de cerveja numa fábrica, usando cálculo diferencial, a concetração de determinada entidade química que atua num alimento durante seu processamento, ou mesmo o balanço de massa, de energia e de material empregado na fabricação de alimentos.
[editar]Reconhecimento e regulamentação pela legislação brasileira
O Curso de Engenharia de Alimentos foi reconhecido pelo Governo Brasileiro através do Decreto N° 68644 de 21/05/1971 e seu currículo mínimo foi estabelecido na nova concepção de ensino de Engenharia no Brasil nas resoluções do Conselho Federal de Educação 48/76 e 52/76 e Portaria 1695/94 do Ministério da Educação e dos Desportos.[5]
[editar]Regulamentação da Profissão
A profissão de Engenheiro de Alimentos foi regulamentada através da lei n° 5.194 de dezembro de 1966 e da Resolução 218 de 29/06/1973 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA). A lei dispõe sobre as atividades profissionais, caracterizando o exercício profissional como de interesse social e humano. Para tanto, especifica que atividades do engenheiro deverão importar na realização de empreendimentos tais como: aproveitamento e utilização de recursos naturais do país e o desenvolvimento industrial e agropecuário do Brasil.[5]
A lei, que é referente aos engenheiros de todas as modalidades, dispõe sobre o uso de títulos profissionais, sobre o exercício legal da profissão, sobre as atribuições profissionais e sua coordenação. Assim sendo, as atividades do Engenheiro de Alimentos estão assim designadas:
- Supervisão, coordenação e orientação técnica.
- Estudo, planejamento, projeto e especificações.
- Estudo de viabilidade técnico-econômica.
- Assistência, assessoria e consultoria.
- Direção de obra e serviço.
- Vistoria, perícia, avaliação arbitramento, laudo e parecer técnico.
- Desempenho de cargo e função técnica.
- Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica, extensão.
- Elaboração de orçamento.
- Padronização, mensuração e controle de qualidade.
- Execução de obra e serviço técnico.
- Fiscalização de obra e serviço técnico.
- Produção técnica e especificação.
- Condução e trabalho técnico.
- Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo e manutenção.
- Execução de instalação, montagem e reparo.
- Operação e montagem de equipamento e instalação.
- Execução de desenho técnico.
O desempenho dessas atividades refere-se à indústria de alimentos, acondicionamento, preservação, transporte e abastecimento de produtos alimentares, seus serviços afins e correlatos.[5]
[editar]Atuação do engenheiro de alimentos
[editar]Áreas de atuação
O engenheiro de alimentos possui competências para atuar dentro dos seguintes segmentos[5][2][6][7]:
- Indústria de produtos alimentícios
- Indústria de insumos, equipamentos e embalagens para a indústria alimentícia
- Empresas de Serviços
- Órgãos e instituições públicas
- Fiscalização e auditorias
- Consultoria
- Instituições de ensino
- Instituições de pesquisa
[editar]Tipos de atividade exercidas
Em função de sua formação e áreas de atuação, são exercidas atividades nas seguintes áreas:
- Produção/Processos
Planejar, implementar, racionalizar e melhorar de processos e fluxos produtivos para incremento da qualidade e produtividade, e para redução dos custos industriais, incluindo a parte de automação.[1][6][7]
- Garantia da Qualidade
Determinar padrões de qualidade e procedimentos operacionais para os processos desde a matéria-prima até o transporte do produto final. planejar e implementar estruturas para análise e monitoramento destes processos, treinar pessoal para prática da qualidade como rotina operacional. Organizar métodos e sistemas de controle de qualidade das matérias-primas e do produto processado nas indústrias alimentícias.[1][6][7]
- Pesquisa e Desenvolvimento
Desenvolvimento de produtos e tecnologias com objetivo de atingir novos mercados, reduzir desperdícios, reutilizar subprodutos e aproveitar os recursos naturais disponíveis. Criar e aperfeiçoar produtos, de acordo com as necessidades do mercado. Pesquisar e elaborar tecnologias de produção.[1][6][7]
- Projetos
Planejar, executar, implantar e fazer avaliação de viabilidade econômica de projetos de unidades de processamento ("plant lay-out", instalações industriais, equipamentos, distribuição, etc.), bem como avaliar a viabilidade econômica de novas indústrias, estudando as oportunidades de mercado, os custos, as instalações e os equipamentos.[1][6][7]
- Tratamento de resíduos
Definir métodos de descarte, reciclagem e possível reaproveitamento de resíduos da indústria alimentícia, protegendo o meio ambiente.[1][6]
- Comercial / Marketing
Utilizar do conhecimento técnico como diferencial de marketing na prospecção e abertura de mercados, na assistência técnica, no desenvolvimento de produtos junto aos clientes e apoio à área de vendas. Comercializar matérias-primas, aditivos e equipamentos para indústrias alimentícias e também produtos de toda a cadeia produtiva de alimentos para o consumo.[1][6]
- Fiscalização de Alimentos e Bebidas
Atuar junto aos órgãos governamentais de âmbito municipal, estadual e federal, objetivando o estabelecimento de padrões de qualidade e identidade de produtos, e na aplicação destes padrões pelas indústrias, garantindo assim, os direitos do consumidor.[6]
- Consultoria
Auxiliar na implantação e adiministração de unidades industriais, quanto aos aspectos relevantes como instalações, aspectos legais, tecnologia de processamento, garantia da qualidade entre outros.[6]
- Docência
Atuar na formação de profissionais na área de engenharia, ciência e tecnologia de alimentos bem como em áreas correlatas. De modo geral, para ensino em cursos de graduação, é exigido mestrado e/oudoutorado.
Referências
- ↑ a b c d e f g h i http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/engenharia/profissoes_271770.shtml
- ↑ a b c http://www.mundovestibular.com.br/articles/312/1/ENGENHARIA-DE-ALIMENTOS/Paacutegina1.html
- ↑ a b http://www.wisegeek.com/what-is-food-engineering.htm
- ↑ http://books.google.com.br/books?id=RPq1QV0abtoC&printsec=frontcover&dq=food+engineering&source=bl&ots=jRNdcFiFwT&sig=IqLmzs4kygPJm4G5OuC5UZ7u2wE&hl=pt-BR&ei=Rgl3TP7PLsL58AatneXNBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=6&ved=0CDcQ6AEwBTgK#v=onepage&q&f=false
- ↑ a b c d e http://www.abea.com.br/principal.php
- ↑ a b c d e f g h i j k http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL76575-5604-2894,00.html
- ↑ a b c d e f http://www.maua.br/cursos-graduacao/engenharia-alimentos
[editar]Ver também
- Engenharia química
- Engenharia agrícola
- Processamento de alimentos
- Ciência dos alimentos
- Tecnologia de alimentos
- Segurança alimentar
[editar]Ligações externas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_de_Alimentos
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