Repórter Esso | ||
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Segunda Guerra Mundial, um dos temas retratados pelo Esso | ||
Formato | Noticiário | |
País de origem | Brasil | |
Idioma original | Português | |
Apresentador(es) | Gontijo Teodoro Luiz Jatobá Heron Domingues | |
Emissora(s) de rádio | Rádio Nacional Rádio Record Rádio Globo Rádio Tupi TV Tupi TV Record | |
Transmissão | 28 de agosto de 1941 (rádio) 10 de abril de 1952 (televisão) - 31 de dezembro de 1968(rádio) 31 de dezembro de 1970(televisão) |
Repórter Esso (também conhecido como O Seu Repórter Esso) foi um noticiário histórico do rádio e da televisão brasileira. Foi o primeiro noticiário deradiojornalismo do Brasil que não se limitava a ler as notícias recortadas dos jornais, pois as matérias eram enviadas por uma agência internacional de notícias sob o controle dos Estados Unidos da América. O repórter Esso era patrocinado por uma empresa estadunidense chamada Standard Oil Company of Brazil, conhecida como Esso do Brasil. Os locutores que fizeram maior sucesso no noticioso foram: Gontijo Teodoro, Luiz Jatobá e Heron Domingues. Os slogans mais famosos eram: O Primeiro a Dar as Últimas e Testemunha Ocular da História.[1]
O programa radiofônico trouxe para o radiojornalismo brasileiro, a informação por ele divulgada não era apenas notícia, mas se constituía, também, em informação dirigida, em propaganda político-ideológica, produzindo e construindo sentido e com alvo certo: o governo e determinados segmentos da sociedade brasileira. ASegunda Guerra acabou depois que o Repórter Esso noticiou, célebre frase de um jornal da época exprime a importância e credibilidade que o Repórter Esso conquistou. A primeira transmissão ocorreu na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, em 28 de agosto de 1941, iniciando a cobertura do Brasil na Segunda Guerra Mundial.[2] Antes da estreia oficial, o programa havia ido ao ar experimentalmente na Rádio Farroupilha de Porto Alegre.[3]
Na televisão, o noticiário, inicialmente com o nome de O Seu Repórter Esso, foi apresentado de 10 de abril de 1952 até 31 de dezembro de 1970 na TV Tupi.[1]
Índice[esconder] |
[editar]História
O programa inicialmente foi criado para fazer a propaganda da guerra americana direcionada ao povo brasileiro. Iniciou sua atividade em1941 apoiado pelo presidente Getúlio Vargas e sob a orientação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP. Foi um dos primeiros sintomas da globalização das comunicações: o pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía em suas várias edições diárias, uma síntese noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrados, a primeira de caráter global, transmitido em 14 países do continente americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede radiofônica mundial.[1]
A primeira transmissão do programa se deu no dia 28 de agosto de 1941. O Repórter Esso se especializou em divulgar principalmente notícias ligadas ao modo de vida americana da época, conhecida como American way of life. Os informes traziam ainda aos ouvintes a evolução das guerras travadas pelos Estados Unidos em todas as partes do planeta.
Realizou ampla cobertura da Guerra da Coréia em 1950, enviando correspondentes para o campo de batalha. Além das guerras, o programa radiofônico dava bastante ênfase às notícias de autoridades, notáveis, estrelas e astros de cinema e feitos científicos norte-americanos. O Repórter Esso não informava notícias da Europa, da Ásia e da África se não houvesse interesses norte-americanos envolvidos.[1]
Noticiou com exclusividade o suicídio de Getúlio Vargas em 1954 pelo fato de a empresa patrocinadora ter amplo trânsito no Palácio do Catete. Em 1957, informou com grande ênfase a explosão da Bomba de Hidrogênio. Em 1959 informou que Fidel Castro vencera a Revolução Cubana reforçando o avanço do perigo comunista na América Latina.[1]
[editar]O último Repórter Esso
O Repórter Esso terminou suas transmissões em 31 de dezembro de 1968.[1] Na última edição, transmitida pela Rádio Nacional e pela Rádio Globo do Rio de Janeiro, a partir das 20:25 da noite, o radialista Guilherme de Sousa fez a identificação da emissora e dando a hora certa, antes de anunciar: "Alô, alô, Reporter Esso! Alô!" Ao som das tradicionais trombetas, o locutor Roberto Figueiredo entrou no ar, noticiando sobre as festividades do ano novo (1969); o pronunciamento do presidente Costa e Silva sobre o momento nacional e a instituição do AI-5, além do mesmo assinar decretos sobre o setor financeiro; a condenação de Israel por parte das Nações Unidas pelo atentado contra o Líbano; a Missa de Ano Novo realizada pelo Papa Paulo VI; a previsão do tempo nas principais cidades do país; e as principais notícias dadas pelo Repórter Esso em 27 anos de atividade. Durante a leitura desta última, Roberto Figueiredo começou a chorar e se emocionar, chegando a um ponto em que o locutor reserva Plácido Ribeiro, que estava no estúdio na hora do noticiário, seguiu a leitura. Roberto tentou se recompor e, aos prantos, encerrou o último Repórter Esso, desejando uma boa noite e um feliz ano novo.[4]
Na televisão, o noticiário foi apresentado pela última vez em 31 de dezembro de 1970 na TV Tupi e na TV Record.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g : O Repórter Esso Recanto das Letras.
- ↑ O Repórter Esso Terra brasileira.
- ↑ Cessada a guerra, a Esso determinou que o seu noticioso tivesse o seu perfil progressivamente modificado, restringindo o noticiário internacional a fatos relevantes com ênfase nas noticias locais e nacionais. Um rigoroso Manual de Produção proibia o envolvimento do noticioso em polêmicas e fatos desimportantes. O esporte, especialmente futebol, passou a ocupar expressiva quota na seleção das noticias. O jornalista Israel Alves de Castro foi editor-chefe do Reporter Esso da Tv-Tupi do Rio de Janeiro. Era contratado pela agência de propaganda da Esso Brasileira de Petróleo, McCann-Erickson, que pagava seu salário repassado pela emissora de televisão. Foi demitido em 1º de abril de 1964, taxado de "comunista perigoso", num conluio da cúpula lacerdista da McCann com o cel. Gustavo Borges, secretário de segurança do governador Carlos Lacerda. Castro foi alvo da represália por não permitir que o Reporter Esso fosse engajado na campanha política de Lacerda com vistas à derrubada do presidente João Goulart. Antes,por outros seis anos, o jornalista editava o noticioso da Rádio Nacional para a United Press International (UPI), que produzia o programa informativo. Repórter Esso InfoEscola.
- ↑ Programa da Rádio Nacional sobre última transmissão radiofônica do Repórter Esso no Rio de Janeiro AGÊNCIA BRASIL. (Acessado em 01 de Agosto de 2008.)
[editar]Ligações externas
- Repórter Esso fez história no radiojornalismo brasileiro AGÊNCIA BRASIL.
- Última transmissão radiofônica do Repórter Esso, narrada por Dalmácio Jordão, pela Radio Globo de São Paulo, em 31 de Dezembro de 1968. Melodia Web.
- Repórter Esso Folha de São Paulo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%B3rter_Esso
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